quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quando o homem mandava e a mulher obedecia

Um leitor protestou dizendo que “quando o homem mandava e a mulher obedecia” as coisas eram muito melhores. Até posso concordar, mas antes quero um esclarecimento: era melhor pra quem?

Claro, tem homem que ainda gosta de mulher submissa, porque assim tem ao menos uma pessoa que possa julgar subalterna. Tem ao menos uma pessoa na qual possa mandar. Tem ao menos uma pessoa que obedeça às suas ordens sem questionar.

Mas qual é o preço dessa submissão toda? Sim, meu caro leitor. Tudo nessa vida tem um preço. As mulheres “submissas” existem em diversas categorias, qual a que você prefere?

Amélia – dedica-se ao lar, vive em função da família, não dá um peido sem a permissão expressa do marido, com duas cópias e com firma reconhecida. Beleza. Mas como vai ficar torta de tanto satisfazer as necessidades do marido de dia, dificilmente vai querer alguma coisa com ele à noite. Além do mais a famosa música que serve de tema para os maridos machistas não faz qualquer menção aos atributos físicos nem de alcova da decantada Amélia. Ao que se sabe ela era excelente dona-de-casa. E só. Uma empregada eficiente supriria tudo isso, sem necessidade de sacrificar a sua digníssima, que teria tempo de sobra para suas outras necessidades, se é que me entende. E se é que as tem.

Creusa – submissa, bonita, recatada. Cuida da casa à qual se dedica, aceita as ordens do marido com os olhos baixos de tanta submissão. Quando o marido sai para o trabalho, vai à forra. Aí é que ela demonstra quem é de verdade. Um furacão na cama. Dos outros, e aí está o preço. Desconta toda a submissão ornamentando a testa de seu digníssimo com um lustroso par de chifres. Um só não. Vários, que é para ele poder variar bastante.

compulsiva – não trabalha, cuida da casa, mas detona tudo o que o marido ganha. De alto custo de manutenção, funciona melhor com maridos de alto poder aquisitivo, saco de filó e vista grossa. Torra tudo que entra na conta bancária, exige conta conjunta e cartão de crédito adicional. Para os que ainda têm dúvidas sobre o funcionamento de uma conta conjunta, vou dar uma dica. Funciona assim, meu amigo: você vai e deposita, sua mulher submissa vai e gasta tudo.

rueira – ela faz tudo correndo, depois vai pra rua. Fazer o que, só Deus é que sabe. Como você está trabalhando e pensa que ela está em casa, ninguém nunca irá saber o que ela faz. Algumas se contentam em ir pra casa das amigas e falar mal da vida alheia. O marido é o alvo favorito, caçoam de tudo que ele diz ou faz e dão boas gargalhadas. Nem precisam assistir Casseta e Planeta, basta gravar bem tudo o que o marido diz ou faz e depois dar boas gargalhadas junto com as amigas.

Interesseira – um dos tipos mais mortais, ela faz tudo o que o marido quer, mas só quando quer alguma coisa em troca. Quando ele não faz o que ela quer, passa de submissa a birrenta. Cai em depressão, fica muda, dorme até a hora do almoço, não faz absolutamente nada. É movida a capricho. Se satisfizer todos, tudo estará bem. Se você se negar sua vida se tornará um verdadeiro inferno até que você ceda.

han-han – Tudo que você diz ela faz “han-han”. Concorda com tudo mas quando você vira as costas ela vai e faz exatamente o contrário. Nem adianta você ficar bravo porque não há como discutir nada com esse tipo de mulher. Ela vai morrer falando “han-han”. E fazendo tudo do jeito dela. Quando você tiver um enfarte ela vai continuar fazendo tudo do jeito dela e não vai mais precisar fazer han-han.

Zailda Coirano

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