sexta-feira, 16 de julho de 2010

Eu protesto!

Quando dividiram os papéis dos homens e mulheres na sociedade não me convidaram para dar pitaco, então eu me reservo o direito de protestar. Quem foi que disse que eu concordaria que no domingo eu teria que ficar o dia todo arrumando a bagunça enquanto meu marido ficaria na frente da TV vendo jogo e mulher pelada?

Quem disse que eu concordaria que para gerar os filhos isso significaria para ele alguns minutos de prazer e para mim 9 meses de desconforto com direito a cirurgia no final?

Quem disse que eu concordaria que o homem dirigiria o carro da família e que quando ele batesse ia ser porque o outro estava errado e quando eu sofresse um acidente seria porque eu sou barbeira porque sou mulher porque todas as mulheres são barbeiras?

Quem disse que eu concordo que com um terno cinza, uma gravata cinza, um sapato preto e uma camisa branca os homens estejam OK para qualquer lugar, enquanto para ficar decente eu preciso arrumar o cabelo; fazer manicure e pedicure; fazer depilação total com cera quente; tirar sobrancelha; maquiar-me; escolher o sapato que combine com a blusa e a blusa que combine com a saia que combine com a sombra que combine com o batom?

Pois é, meus amigos. Infelizmente não me consultaram. Eu não concordo mesmo e vou continuar protestando enquanto houver ar nos meus pulmões. Pura injustiça com as mulheres!

Zailda Coirano

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Nós da CIA confiamos cegamente nos homens

Somos parte de um seleto grupo de mulheres que quando o marido diz que vai fazer serão não fica fazendo perguntas nem ligando pra conferir se ele está no escritório.

Quando o marido diz que aquela loura escultural que estava no carro dele em atitude suspeita é apenas uma colega de trabalho com dificuldades e que ele gentilmente levou em casa nós acreditamos piamente.

Quando o marido aparece com uma mancha de batom na gola da camisa acreditamos que aconteceu porque o ônibus estava muito apertado e acidentalmente uma mulher horrorosa esbarrou e deixou a marca.

Acreditamos que quando ele vai a um simpósio de uma semana em uma cidade do outro lado do estado, vá passar as noites se preparando para a reunião do dia seguinte e não na gandaia junto com os solteiros.

Quando atendemos o celular do marido e é uma mulher com voz melosa, acreditamos piamente que é a secretária do chefe dele.

Se você nunca ouviu falar de nós é porque como eu disse no início, somos um grupo não muito numeroso. Somos da CIA: Chifrudas Idiotas Anônimas.

Zailda Coirano

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Porque eu gosto do doutor House

Gosto dele porque é lindo, charmoso, inteligente. Gosto porque não é mulherengo. Gosto porque não fica dando em cima de tudo quanto é mulher. Gosto porque não mente, sempre diz a verdade, doa a quem doer. Gosto porque admite suas próprias falhas. Gosto porque quando faz uma besteira, sempre procura um jeito de consertar, em vez de jogar a culpa nos outros. Gosto porque exige de cada um só o que pode dar. Gosto porque não se envolve se não quer investir na relação. Gosto porque não trata diferente as mulheres bonitas e atraentes. Gosto porque é justo.

Em suma, gosto porque o House não é um homem. É uma mulher disfarçada.

Zailda Coirano

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bem me quer, mal me quer

Você me ama ou me engana? Me ama quando me diz que não devo andar na rua com roupa apertada e decotada porque não quer que eu me exponha ao ridículo ou me engana porque quer que eu vá definhando aos poucos, enfiada dentro de casa até não me sobrar nem um naco de auto-estima?

Me ama quando me diz que não me quer fora de casa de papo com as amigas porque sente saudade ou me engana porque me quer como escrava à sua disposição?

Me ama quando não me quer trabalhando fora porque eu não preciso e você vai me suprir todas as necessidades ou me engana porque não me quer independente, com ideias próprias e que nem sempre irão te agradar?

Me ama quando pergunta quem me ligou (quem gosta cuida) ou me engana porque pensa que interceptei um telefonema de sua amante?

Me ama quando liga no serviço pra falar comigo porque se preocupa ou ligou só pra conferir se eu estava lá?

Me ama quando me diz pra não “dar entrada” pra outros me darem cantadas porque só serei respeitada se mantiver distância, ou me engana porque canta todas as que não mantém distância de você?

Me ama quando me diz que todo homem irá me cantar e depois jogar fora porque quer me proteger dos cafajestes ou anda cantando e jogando fora as outras?

Bem me quer, mal me quer. Qual é o seu caso?

Zailda Coirano

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O troco

Tem mulher que dá o troco, tem mulher que se especializa em torturazinhas diárias que surtem muito mais efeito. Tá, tem mulher que quando sabe que o marido tem outra já vai logo saindo com seu melhor amigo. Mas há outras que especializam-se em tortura chinesa e ficam.

Não perdem a chance de mencionar a traição (que perdoaram e esqueceram, claro) fazendo o marido roer-se de remorso. Que não fazem o que ele pediu e ele nem pode reclamar porque a culpa não deixa. Ou então que fazem tudo melhor que antes, que é para o infeliz sentir-se ainda mais culpado.

Seja como for, elas sempre acham um jeito de torturar o coitado de forma que ele se arrependa amargamente o mau passo pelo resto da miserável vida.

Essas especialistas não se contentam de pagar 1 olho com 1 olho, pagam com 1.000 olhos, com juros a perder de vista em intermináveis prestações. E o coitado nem tem coragem de pedir o divórcio, vive a vida infeliz que Deus for servido de lhe dar ao lado de seu algoz porque foi ele quem errou.

Nessas horas eu garanto que muitos desses maridos estão rezando para que sua mulher simplesmente dê o troco como as outras dão e os livrem da culpa eterna de terem traído uma santa. Não adianta, o prazer que devem sentir com suas torturazinhas diárias não se iguala nem ao prazer de vê-lo carregando um lustroso par de adornos por aí. Você está condenado ao sofrimento eterno, meu amigo. Literalmente colhendo o que plantou – na cabeça dos outros.

Zailda Coirano

domingo, 11 de julho de 2010

Com que roupa eu vou?

Vocês não entendem porque temos tanta roupa no guarda-roupa, mas nenhuma para sair no sábado à noite, não é mesmo? Pode parecer estranho, mas para a mulher a roupa que veste é muito mais que “uns trapinhos para cobrir o corpo”. O simples fato de estar com as pernas bem depiladas dá à mulher toneladas a mais de auto-confiança. Nenhuma de nós será capaz de ir a uma entrevista de emprego sem estar com as unhas bem manicuradas, imagine então sair num sábado à noite com uma roupa que seja algo menos que “maravilhosa”!

Quando derrubamos o guarda-roupa no chão (literalmente) e reclamamos que não temos nada para usar, queremos dizer que nada do que temos “expressa como estamos nos sentindo, como queremos ser vistas e o que queremos deixar transparecer”.

Mais que uma vestimenta, uma roupa pode ser um escudo, um estandarte ou uma mágica. Com a roupa nos transformamos de Gata Borralheira em Princesa Encantada. Lembra da madrinha da Gata Borralheira? Ela não a transformou em ruiva nem mexeu em um centímetro de suas medidas, só lhe providenciou um belo vestido e sapatos à altura. Em outras palavras, deu-lhe auto-confiança para ir ao baile.

A Gata Borralheira era a mesma de sempre, mas com aquele vestido ela se julgou capaz de ir ao baile, enfrentar os nobres da época e dançar a noite inteira com o príncipe, fisgando seu coração no final.

Tudo o que precisamos é algo para restaurar nossa auto-confiança, perdida durante a semana com as constantes queixas do marido e exigências do chefe. Depois de vestirmos nossa armadura de Princesa Encantada, esquecemos a Gata Borralheira que existe em todas nós e então o céu é o limite.

Zailda Coirano

sábado, 10 de julho de 2010

Isso nunca me aconteceu antes...

Por quê é que toda vez que um homem brocha, diz: “Isso nunca me aconteceu antes.”? Fica até parecendo aquela piadinha antiga, do tempo em que virgem ainda era uma espécie procurada e valorizada:

Ela - Você é o primeiro homem de minha vida.
Ele – Que bom, meu bem!
Ela – É também o primeiro que acredita.

Quando o homem diz pra mulher que a primeira vez que falha é com ela, será que ele considera isso um elogio ou um pedido de desculpas? Se for elogio, é um danado de um elogio saber que sempre funcionou, menos com ela! Se for um pedido de desculpas também não é lá grande coisa, que diabo de pedido de desculpas que joga a culpa em cima da outra pessoa?

Como o homem associa sua masculinidade à sua “funcionalidade sexual”, brochar é o supra-sumo do fiasco. E como admitir que é apenas humano e não o super-homem fantasiado de reles mortal. O Clark Kent com certeza já brochou, até mesmo com o uniforme de super-homem.

O que os homens precisam entender é que jogando a culpa na parceira não vão ajudar em nada, ninguém vai se sentir melhor por ser a primeira a “provocar uma falha”. Dizer que é bom com todas menos comigo não pode ser considerado um elogio, para mulher nenhuma!

Mas no final é necessário entender o que vai na cabeça de um homem nessa hora, é a diferença entre frustração e desespero (para eles, lógico!):

Frustração: quando pela primeira vez você não consegue dar a segunda.
Desespero: quando pela segunda vez você não consegue dar a primeira.

Zailda Coirano

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Homem com "H"

Não é à toa que o homem com “h” da música estava mais pra gay. Homem com “h” é coisa pra professora de português, machão que se preza tem mais é que se contentar em dar sempre a última palavra: “Tudo bem, meu bem”.

O machão está em posição de desvantagem, porque enquanto precisa da mulher pra cuidar dele, velar quando está doente, alimentá-lo, lavar sua roupa e ajudar nas despesas da casa, a mulher só precisa dele para ter um marido e formar uma família (da qual ela irá cuidar).

Não é à toa que os machões são uma espécie em extinção: os últimos exemplares estão por aí, morrendo de fome e com a roupa suja e sem passar e ninguém quer nada com eles. Bem feito pra eles!

Zailda Coirano

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Adoro homem bravo

Homem bravo é melhor que homem manso, pelo menos você tem com quem brigar. Homem bravo “não admite” que sua mulher fique de trololó com outro homem (ele se importa), vira uma fera se chega em casa e a mulher não está. Mas aí é problema dele, se ela não está ele vai brigar com quem, não é mesmo?

Você chega em casa e ele está babando de raiva, mais perdido que cachorro que caiu de caminhão de mudança. É a forma de dizer que precisa da mulher. Ele na verdade é completamente dependente, fica sem chão sem a mulher e por isso briga tanto.

O que a mulher precisa compreender é que tanta braveza assim é só pose, o que ele quer mesmo é ter a mulher por perto o tempo todo... nem que seja para uma boa briga.

Zailda Coirano

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quando o homem mandava e a mulher obedecia

Um leitor protestou dizendo que “quando o homem mandava e a mulher obedecia” as coisas eram muito melhores. Até posso concordar, mas antes quero um esclarecimento: era melhor pra quem?

Claro, tem homem que ainda gosta de mulher submissa, porque assim tem ao menos uma pessoa que possa julgar subalterna. Tem ao menos uma pessoa na qual possa mandar. Tem ao menos uma pessoa que obedeça às suas ordens sem questionar.

Mas qual é o preço dessa submissão toda? Sim, meu caro leitor. Tudo nessa vida tem um preço. As mulheres “submissas” existem em diversas categorias, qual a que você prefere?

Amélia – dedica-se ao lar, vive em função da família, não dá um peido sem a permissão expressa do marido, com duas cópias e com firma reconhecida. Beleza. Mas como vai ficar torta de tanto satisfazer as necessidades do marido de dia, dificilmente vai querer alguma coisa com ele à noite. Além do mais a famosa música que serve de tema para os maridos machistas não faz qualquer menção aos atributos físicos nem de alcova da decantada Amélia. Ao que se sabe ela era excelente dona-de-casa. E só. Uma empregada eficiente supriria tudo isso, sem necessidade de sacrificar a sua digníssima, que teria tempo de sobra para suas outras necessidades, se é que me entende. E se é que as tem.

Creusa – submissa, bonita, recatada. Cuida da casa à qual se dedica, aceita as ordens do marido com os olhos baixos de tanta submissão. Quando o marido sai para o trabalho, vai à forra. Aí é que ela demonstra quem é de verdade. Um furacão na cama. Dos outros, e aí está o preço. Desconta toda a submissão ornamentando a testa de seu digníssimo com um lustroso par de chifres. Um só não. Vários, que é para ele poder variar bastante.

compulsiva – não trabalha, cuida da casa, mas detona tudo o que o marido ganha. De alto custo de manutenção, funciona melhor com maridos de alto poder aquisitivo, saco de filó e vista grossa. Torra tudo que entra na conta bancária, exige conta conjunta e cartão de crédito adicional. Para os que ainda têm dúvidas sobre o funcionamento de uma conta conjunta, vou dar uma dica. Funciona assim, meu amigo: você vai e deposita, sua mulher submissa vai e gasta tudo.

rueira – ela faz tudo correndo, depois vai pra rua. Fazer o que, só Deus é que sabe. Como você está trabalhando e pensa que ela está em casa, ninguém nunca irá saber o que ela faz. Algumas se contentam em ir pra casa das amigas e falar mal da vida alheia. O marido é o alvo favorito, caçoam de tudo que ele diz ou faz e dão boas gargalhadas. Nem precisam assistir Casseta e Planeta, basta gravar bem tudo o que o marido diz ou faz e depois dar boas gargalhadas junto com as amigas.

Interesseira – um dos tipos mais mortais, ela faz tudo o que o marido quer, mas só quando quer alguma coisa em troca. Quando ele não faz o que ela quer, passa de submissa a birrenta. Cai em depressão, fica muda, dorme até a hora do almoço, não faz absolutamente nada. É movida a capricho. Se satisfizer todos, tudo estará bem. Se você se negar sua vida se tornará um verdadeiro inferno até que você ceda.

han-han – Tudo que você diz ela faz “han-han”. Concorda com tudo mas quando você vira as costas ela vai e faz exatamente o contrário. Nem adianta você ficar bravo porque não há como discutir nada com esse tipo de mulher. Ela vai morrer falando “han-han”. E fazendo tudo do jeito dela. Quando você tiver um enfarte ela vai continuar fazendo tudo do jeito dela e não vai mais precisar fazer han-han.

Zailda Coirano